40 anos da morte de CHE GUEVARA em espetáculo no RJ

Ator das minisséries “ JK “ e “ Amazônia” interpreta Guevara
John Vaz, conhecido como O Mil Caras do Teatro Brasileiro, emagreceu 10 KG, deixou barba e cabelos crescerem e adotou o habito de fumar charutos para ficar
“incrivelmente parecido com Che”

A montagem ,estréia na antiga sede da UNE, destruída no pós golpe de 64, na Praia do Flamengo. Um local histórico da cidade que recebera a montagem de 06 de outubro até 16 de dezembro aos sábados e domingos 19h.
A escolha do local para o espetáculo , segundo John Vaz, não poderia ser mais perfeita. Vaz que é coordenador de artes cênicas do Museu da República há 8 anos explica que de todos os locais que pode fazer a montagem pelo país a fora a sede improvisada da UNE é perfeita. “ o local é o mais próximo com a escola que Che foi preso e executado em La Higuera na Bolívia. Diante disso resolvemos dar ao publico a real impressão de que estão em um acampamento de soldados bolivianos instalando na área externa barracas militares que servirão de camarim e bilheteria’ conta o ator.
Além dessa característica semelhante a escola boliviana Vaz faz uma observação: “A UNE faz 70 anos de existência esse ano e Che 40 anos de sua morte, foi um casamento perfeito. A UNE como palco de debates das classes estudantis intelectuais de oposição aos governos e de definição ideológica esquerdista, e Che o grande homem do século que inspira todas as gerações de que é possível arriscar a vida por uma causa ideológica a favor das maiorias esmagadas pela ditadura do capitalismo”
O ator tem planos mais altos com o espetáculo:
“ Estamos viabilizando patrocinios para fazer a peça na frente da escola onde Che foi executado em LA HIGUERA na Bolívia. Seremos os únicos a realizar um espetáculo sobre o fato no local exato dos acontecimentos. Além disso temos a intenção de percorrer a América Latina com a montagem e é claro que isso demanda recursos que estamos incansavelmente em busca para viabilizar esse sonho. Teatro para mim, em particular, é o instrumento que utilizo para debater com a juventude, classes estudantis de que é possível libertarmos a atual democracia, que é a ditadura do capitalismo, para que ela se torne realmente democrática, um sistema de integração sempre voltada para o povo, como o povo e somente para o povo “ resume o ator.


Espetáculo:
“As Últimas Horas de Vida de Che Guevara”
A montagem é baseada nas últimas 18 horas de vida de Che Guevara em seu cárcere, dentro de uma sala de aula, em La Higuera, Bolívia, entre os dias 8 e 9 de outubro de 1967. O texto revela como foi a campanha de Che na Bolívia, os acertos e os erros estratégicos, além da reconstituição do interrogatório realizado por soldados e oficiais do exército boliviano e também os diálogos com a professora boliviana Julia Cortez que esteve com Che horas antes do guerrilheiro ser executado.
UM POUCO DE HISTORIADesde que dois bolivianos, integrantes da guerrilha comandada por Che Guevara instalada na região do Ñacahuazú, a uns 250 quilômetros ao sul de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, desertaram, os militares tiveram quase certeza que aquele a quem denominavam “Ramón”, era de fato o Che. Há dois anos, desde sua carta de despedida, lida publicamente por Fidel Castro, em outubro de 1965, que ninguém, a não ser o alto comando cubano, sabia do seu paradeiro. Em pouco tempo, assessores militares norte-americanos desembarcaram em La Paz, capital da Bolívia, para instruir o mais rápido possível um batalhão de Rangers, adestrados na contra-insurgência, capazes de sair à caça dos guerrilheiros. As certezas da CIA e das autoridades bolivianas, da presença de Che, aumentaram ainda mais quando capturaram, em Muyupampa, um vilarejo no sul do país, no dia 20 de abril de 1967, o intelectual francês Regis Debray, um agente de ligação de Fidel com Che, e o argentino Ciro Bustos. Tornou-se evidente que a presença dos dois estrangeiros se devia a razões de um plano mais vasto de operações militares. Debray, depois de torturado, confessou que “Ramón” era mesmo o Che.Entrementes, Che havia dividido seus homens - formado em sua maioria por cubanos, alguns bolivianos, um par de peruanos e uma mulher, Tânia, uma teuto - argentina que integrara-se na luta - em duas colunas, a de Joaquim e a dele. O grupo de Joaquim foi exterminado em Vado del Yeso, quando tentava atravessar os rios Acero e Oro. O de Guevara, reduzido a 17 homens, foi cercado, no 11º mês de manobras, num canyon em La Higuera, pelas tropas do capitão Gary Prado, no dia 8 de outubro de 1967. Depois de intenso tiroteio, com sua arma avariada e com a perna trespassada por uma bala, Che Guevara rendeu-se. Sua aparência era assustadora, parecia um mendigo, magro, sujo e esfarrapado. Levaram-no para um casebre em La Higuera que servia como escola rural. Lá, na tétrica companhia dos cadáveres de dois jovens guerrilheiros cubanos, ele passou sua última noite. Foi interrogado pelo ten-cel. Andrés Selich e é exatamente a partir desse ponto que começa o espetáculo. Após varias tentativas de interrogatório, e os diálogos com a professora Cortez no dia seguinte, 9 de outubro, por rádio, veio a ordem de La Paz para que o executassem. O agente cubano-americano da CIA, Félix Rodrigues, desejava levar Che como prisioneiro para o Panamá para interrogá-lo, mas o Gen. René Barrientos, presidente da Bolívia, fora muito claro.Coube ao sargento Mário Terán, disparar-lhe uma rajada de balas quando Che ainda estava deitado no chão batido da escola. Morreu aos 39 anos.
Teatro UNE
PRAIA DO FLAMENGO 132 – FLAMENGO
Telefone: 8726-9359
Texto: Joihn Vaz e Lula Dias
Direção: John Vaz
Dias: Sábados e domingos 19h
De: 06 de outubro até 16 de dezembro
Duração: 1h
Capacidade: 120 espectadores
Classificação: acima de 10 anos
Ingressos: R$ 20,00

Com John Vaz, Jodi Nagel, Claudiana Cotrin, Roberto Rizzo e Mário Cardona

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